Foto73723No último painel do evento, A internet na construção da cidadania, a coordenadora da Fundação Pensamento Digital, Marta Volcker, disse que não basta entregar computadores para os alunos nas escolas é preciso mudar os conceitos de educação.

A entidade realizou pesquisas para saber, nas diversas regiões brasileiras, onde as comunidades obteriam a melhor informação, a partir da construção de telecentros e lan houses. “A grande maioria busca acesso a serviços de comunicação”, informou Marta.

“Queríamos saber qual conteúdo as pessoas precisam para melhorar de vida, e a pesquisa mostrou que não é este o problema, e sim a pouca alfabetização, que dificulta a compreensão da informação. Isto é mais preocupante do que o fato de termos tido 50% de analfabetos em 1950, pois dificulta o acesso aos serviços do governo, por exemplo, que estão migrando todos para a internet".

Segundo ela, na área social e da educação são necessários programas específicos, e maiores investimentos em recursos humanos. "É preciso que a escola ajuste seus métodos, não adianta colocar computadores para alunos se não houver orientação. Muitos países do primeiro mundo não pensaram em colocar um computador por aluno, pois é preciso método; se não mudar a escola e o aluno não puder se apropriar do uso da tecnologia, nada vai adiantar”.

O moderador do debate, embaixador da Associação Software Livre.Org, Sady Jacques, destacou a importância das redes sociais e associações que promovem a inclusão digital através do uso do software livre. “O software livre é fundamental neste contexto de mudança de visão, ele traz o compartilhamento e colaboração como filosofia".

 

Demais painéis

No primeiro painel da tarde, A experiência municipal no uso da internet livre, o diretor-presidente da Procempa, André Kulczynski, abordou as características da empresa pública de processamento de dados da capital. Segundo ele, em todo o país, são pouco mais de 30 municípios de possuem uma empresa com estrutura semelhante à da Procempa, criada há mais de três décadas.

Ele mostrou dados de cidades brasileiras e européias e suas formas de uso, principalmente através das redes wireless, de acesso livre e gratuito em praças públicas, museus e instituições.

Segundo pesquisa de 2007, a capital gaúcha é uma das primeiras com tecnologia de acesso livre, via wireless, em locais públicos. Atualmente, segundo ele, todas as escolas municipais da capital estão conectadas em rede.

No segundo painel da tarde, A iniciativa privada e a internet livre, o executivo de planejamento da Oi, José Roberto Vargens, explicou que cada acesso à internet contribuiu para melhorar o PIB nacional em R$ 2 mil, consequência da dinamização dos negócios e relacionamentos. A empresa possui 138 mil km de fibra ótica e está presente em 87% dos municípios com cobertura banda larga no país.

Foto: Marco Couto

Por Gilmar Eitelwein

Agência de Notícias  Assembleia Legislativa RS