sexta-feira, novembro 27, 2009

Agência Brasil - Unesco e Intervozes discutem criação de indicadores do direito à comunicação no Brasil - Banda Larga

 
24 de Novembro de 2009 - 18h22 - Última modificação em 24 de Novembro de 2009 - 18h22


Unesco e Intervozes discutem criação de indicadores do direito à comunicação no Brasil

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

 
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São Paulo - Uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Intervozes-Coletivo Brasil de Comunicação Social pretende criar e implantar indicadores do direito à comunicação no Brasil. Na Unesco, esses indicadores já existem e foram publicados no Programa Internacional de Desenvolvimento da Comunicação (IPDC, em inglês), mas estão sendo agora debatidos e adaptados à realidade brasileira.

“Eles [indicadores da Unesco] são uma proposta genérica e, evidentemente, vários deles fazem sentido para todo lado, mas será necessária uma adaptação”, explicou Guilherme Canela, coordenador de comunicação e informação da Unesco no Brasil.

Em união com o Laboratório de Políticas de Comunicação (Lapcom) da Universidade de Brasília (UnB), o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Netcon-UFRJ) e o Núcleo de Estudos do Futuro (NEF) da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, a parceria tem promovido debates para apresentar a proposta de indicadores e recolher contribuições para a aplicação desses indicadores na realidade brasileira.

“A ideia de trabalhar indicadores do direito à comunicação é poder ter elementos concretos de leitura da realidade brasileira em relação à efetivação do direito à comunicação. Em outras palavras, poder comparar se a situação hoje é melhor ou pior do que há dez anos, comparar como é o direito à comunicação hoje em São Paulo e Recife. Quer dizer: é nos permitir um terreno de análises da realidade mais concreto do que o achismo”, disse hoje (24) à Agência Brasil, João Brandt, membro da coordenação executiva do Intervozes.

Segundo ele, com esses indicadores seria possível avaliar a concentração da mídia no Brasil, o acesso à banda larga, a pluralidade nos meios de comunicação e até discutir a relação entre mídia e poder político.

Hoje, os indicadores da Unesco são divididos em cinco grandes categorias e avaliam a regulação, o sistema das empresas e instituições de mídia, a capacidade da mídia de produzir discursos diversificados, as capacidades dos profissionais e das instituições de apoio da mídia e a infraestrutura. “Os indicadores são importantes, sobretudo, para que se tenha uma avaliação mais objetiva desse contexto e menos subjetiva e ideologizada”, ressaltou Canela.

Segundo Bia Barbosa, integrante do Intervozes, a proposta agora é discutir esses indicadores num seminário que deverá ser realizado no primeiro trimestre de 2010. “A ideia é, no final desse processo, conseguir construir uma cesta de indicadores, uma primeira versão de um primeiro conjunto de indicadores que possa ser aplicado num piloto no Brasil.”

A intenção é aplicar o piloto desses indicadores já no começo de 2011.


Edição: Lílian Beraldo  



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